quarta-feira, 27 de agosto de 2008

EM CAUSA PRÓPRIA

Recentemente, logo após as olimpíadas, o presidente do COB, Carlos A. Nusman, declarou que é necessário o psicólogo fazer parte das equipes que compõe a retaguarda dos times, sejam individuais ou coletivos, tal qual o fisioterapeuta, o médico, o nutricionista, o preparador físico, etc. Antes tarde do que nunca, pena que levamos tempo para perceber o óbvio e para pelo menos copiar o que os times vencedores vem fazendo há algum tempo.

A China para essa olimpíada manteve um psicólogo para cada equipe, a primeira colocação no ranking de medalhas não é um mero acaso e também não for só por isso, mas sem dúvida contribuiu. A preparação psicológica de um atleta me parece tão necessário quanto sua preparação física, principalmente aqueles de alta performance que vêm sobre si a expectativa de milhões de pessoas pressionando as suas próprias.

A preparação psicológica não é nenhuma panacéia, longe disso, é um exercício contínuo, repetitivo que deve ser praticado todos os dias como qualquer outro treino, não se resolve, como já foi feito no Brasil, colocando um psicólogo na ultima hora como se o cara fosse um milagreiro. Assim não dá pra fazer muita coisa. Há também de se duvidar desses profissionais, como em qualquer outra profissão há psicólogos e psicólogos. O profissional que se submete a essas condições ou desconhece as limitações da própria psicologia ou busca apenas um estrelato (anônimo) que desqualifica um trabalho sério.

Será muito bom se pudermos ver no futuro nossos atletas e times mais seguros e conscientes de si e de seus limites. Antes de superar qualquer outro a superação deve ser pessoal. Talvez ai, possamos ouvir declarações mais consistentes acerca de suas performances além de lágrimas e justificativas desprovidas de concisão. E possamos festejar muitos ouros, lavando nossa alma tupiniquim e elevando nosso orgulho de nação.
Mas cuidado, é fácil psicologizar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Gosto da psicologia.
Bem trabalhada, funciona de verdade. Sei bem como é.
Me sinto um pouco psicóloga e como disse não é um trabalho que se vê um resultado no outro dia. Precisa de preparação.
Não acompanhei as olimpíadas, mas sei que falta força de vontade dos brasileiros, sei não, mas eles estão se achando muito. E isso, se não partir deles, um pouco de humildade, nem a psicologia resolve.

Beijos

Rosana Tibúrcio disse...

Eita que essa minha filha arrasa!!
Minha preocupação é: quem escolherá esses psicólogos?
Esses tratamentos mais subjetivos só se sabe do desastre causado - se forem feitos com profissionais medíocres - bem muito depois, e aí... uhhh