Um provérbio chinês diz algo mais ou menos assim:
"se você não tem nada de bom a dizer é melhor guardar o nobre silêncio".
O provérbio, muito sábio por sinal, apresenta um pequeno problema, o que fazer com nossa loquacidade não tão nobre quando ela transborda nossos limites de contenção? O que fazer quando necessitarmos expurgar um monte de baboseira estacionada na ponta de nossa lingua? Engolir tudo isso, nos traria por certo muita indigestão além de algumas patologias somatizáveis. E o peso disso então. É de deixar os ombros arquejados. Vejo então duas saídas (estou aberto a sujestões), a primeira delas é alugar um bom ouvido (ou mais de um, conforme a quantidade de besteiras) e dar vazão à logorreira. O ouvido, de preferência, deve pertencer a um amigo, porque apenas os amigos conseguem conter a vontade de nos mandar para aquele lugar, outros geralmente o fazem e ai aumenta o estoque de besteirol acumulado e dá-lhe circulo vicioso. A segunda alternativa (com vantagens e desvantagens) é fazer o que faço agora, escrever. Entre as desvantagens não temos os olhares lânguidos e condescendentes e as mãos generosas dos amigos a nos confortar quando extrapolamos os limites da racionalidade (isso sempre ocorre, onde ja se viu besteiras racionais). Entretanto, entre as vantagens dessa segunda opção está a "graça" de não ferir o velho e sábio proverbio chinês. Podemos abusar da falação e do conteúdo e ainda guardar o nobre silêncio. Eu não disse nada.
Bom para mim, então recomendo
Há 4 anos
3 comentários:
Adoro baboseira e jogar conversa fora e, dependendo de "com quem" há sempre algo produtivo.
Gosto das duas sugestões e não vejo, por ora, uma terceira.
Olha só, tenho dois ouvidos, tá certo que um nem presta tanto, mas precisando tô aqui pra ouvir e falar monte de asneirinhas também, pensando o quê?
Quanto a escrever eu venho, leio e afirmo: cê disse algo sim...
Não tem escapatória.
Ao final só veio na cabeça a imagem da sua risada! rsrsrsrs Aquela q vc solta quando consegue dar o seu jeitinho... rsrsrs Afinal, somos os donos do jeitinho...
Sugiro uma terceira opção: alugar os ouvidos do terapeuta! Alugar no sentido estrito da palavra!
Aff... q nenhum humanista leia isso!
... também não disse nada...
Rosana, eu não disse nada(nego qualquer coisa)sempre entre parenteses... é mole?
Karol, gostei de sua terceira opção afinal temos que advogar em causa própria, já tô agendando consultas pro ano que vem.
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