A entrevista de Diane dos Santos e Jade Barbosa me chamaram a atenção sobre um aspecto que creio estar na maioria de nós brasileiros, (sempre ou eventualmente) a resignação. Elas disseram estar satisfeitas com seus desempenhos nas olimpiadas. Fiquei imaginando como é que podem estar satisfeitas se tiveram erros grotescos em suas apresentações, bem abaixo de suas capacidades (creio eu). Já apresentaram desempenhos bem melhores e se resignam a participar de um evento global, acho pouco. Participar é bom, mas é insuficiente nesse mundo altamente competitivo. Não quero fazer nenhuma apologia à competitividade, ela deve ter limites, mas acredito que ela seja hoje parte daquilo que Darwin Chamou de seleção natural. Essa seleção talvez seja mais implacável que aquela a que nossos ancestrais foram submetidos e se quisermos sobreviver, devemos "jogar" esse jogo sob pena de sermos eternos participantes, coadjuvantes resignados em aplaudir o sucesso dos outros. Vencer, ter dinheiro e sucesso ainda nos parece pecado e participar já é o suficiente para que fiquemos satisfeitos e redimidos perante nós mesmos. Enquanto a Diane cometeu os mesmíssimos erros da última olimpiada e ficou satisfeita, o Diego Hipolito chorou e pediu desculpas pelo seu fracasso. O Diego é altamente competitivo, em entrevistas anteriores ele já deixou claro que gosta é de vencer. Outro caso parecido é do Judoca (não me recordo do nome, parece ser Eduardo) que tambem pediu desculpas à familia por não ter sido competente o suficiente para vencer o seu adversário. Essas são atitudes respeitáveis de pessoas que não se contentam com menos do que poderiam. Mesmo assim não devem ser olvacionados por isso, como fizeram com o judoca, só porque o cara chorou na entrevista, acham que ele é um heroi e o tratam como se tivesse ganhado medalha. Ele merece respeito sim, pelo seu esforço e por sua atitude, não mais que isso. Precisamos deixar de louvar a simples participação, como se ela nos engrandecesse. Isso, não é verdade, engrandecemos aqueles que acabam nos vencendo com todas as capacidades e potenciais que temos. Talvez minha posição seja bastante controversa, principalmente pelo conjunto de crenças que nos embala desde o descobrimento sob o acalanto da Igreja Católica e do indolente extrativismo de nossos indios. Mas creiam não estou falando de outro que não seja eu próprio como brasileiro característico que teima em romper essa barreira da resignação participativa para entrar sem tanta culpa no mundo global competitivo.
2 comentários:
Como eu te disse, gostei muito de saber que não sou um E.T. Quando ouvi/vi ontem no Fantástico as mocinhas dizendo que estava tudo bem, apesar de Dayane ter cometido o mesmo erro e que blá blá blá, eu fique muito, mas muito irritada. Pensei: quatro anos depois e o mesmo erro? Se fosse outro eu até que aceitava.
Ahh é muito irritante isso.
Medalha de ouro pra nós dois... hehe
Eu ia dizer mais, mas seria um post no seu comentário, melhor deixar passar...rs
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